quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Debate CCJE - "Cabra marcado para morrer"

Difícil começar a descrever o que foi a noite do dia 10 de setembro no Centro Cultural da Justiça Eleitoral (CCJE). Confesso que fiquei preocupado quando vi a pequena e nova sala de cinema do CCJE vazia. São apenas 50 lugares dispostos no fundo do salão principal. Quando nossa equipe chegou, com câmera, tripés de luz, cabos de áudio, malas pesadas, o clima foi de surpresa. O que foi que deu errado? Será que as pessoas vão perder a oportunidade de ver o Eduardo Coutinho falar de “Cabra marcado para morrer” e do quão importante este filme é para o tema da mostra – Cinema e Cidadania? Será que o Coutinho perdeu o prestígio? Pois é! Estas foram algumas perguntas que vieram à cabeça da equipe. Após nossa chegada à sala de exibição, logo de início, me senti estranho. Mas! Ah, ainda não sabemos por que, a assessoria de imprensa do local não sabia que iríamos gravar o debate; o que contribuiu ainda mais para o clima de desânimo da equipe. Bom, desfizemos nossas malas, armamos nossos “pontos de luz”, puxamos nossos cabos de áudio e fomos tomar um lanche; deixar o tempo passar era a melhor maneira de desopilar. Depois de 20 ou 30 minutos longe deste clima, voltamos para encarar a realidade: assistir ao filme “Cabra marcado para morrer” e filmar o debate entre Eduardo Coutinho, Zelito Vianna e Marcelo Janot. Bom, revimos a posição da luz e da câmera – antes da sessão – acertamos tudo para não ter falha. Para alegria da equipe, as pessoas começaram chegar; ocupar as cadeiras e rapidamente o cinema estava lotado. Lotado a ponto das pessoas ficarem em pé no pequenino cinema, para conferir o “papa” do documentário brasileiro falar de um filme de 1984. À vontade e com seu companheiro fiel – o cigarro - Coutinho deu ao público uma ótima oportunidade de troca: ver e ouvir não só sobre o filme, mas também da enorme dificuldade de fazer documentário no Brasil numa época em que os blockbusters nacionais tomaram as salas cinema. Antigamente se era difícil fazer cinema documental por conta das estruturas de filmagem e da grana disponível, hoje se faz com mais facilidade, mas “hoje temos que disputar espaço com filmes que pegam temas da tv – geralmente das novelas - e não trazem nada de novo”. É dentro desta dura realidade que Coutinho norteou o debate: a dura realidade de ter feito cinema numa época com poucos recursos e a não menos difícil disputa por espaço hoje. Acho que o importante é continuar com o debate, colocando as idéias pra fora, independentemente das dificuldades e co-relações que elas possam ter com o passado.

Agora ficamos na expectativa do próximo debate. Dia 01/10, quinta – feira às 18h30 entre Sérgio Rezende, que fala de “Zuzu Angel”, Pedro Cláudio Cunca Bocayuva e Marcelo Janot.





créditos das fotos para Berg Silva
escrito por Léo Ripamonti

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